O blog onde o amaral é o ponta de lança ideal

Sunday, November 13, 2016

Démodé

Esta semana, confirmei, que estou completamente fora de moda:
Isto porque, pus-me a pensar e não preencho qualquer um dos requisitos "cool" da época.
Senão vejamos:
1) Não sou um "empreendedor";
2) Consequentemente, não criei nenhuma startup;
3) Não uso termos em inglês a meio de frases;
4) Não uso barba (na verdade, nem sequer tenho pêlos para isso..);
5) Não me queixo de que "trabalho muito";
6) Não uso calças justas, ligeiramente acima do tornozelo;
7) Não sou homosexual (com todo o respeito que os mesmos me merecem, calma..);
8) Tenho um blog onde ninguém vem e onde livremente escrevo parvoíces (como este post) , ao invés de ter um blog onde falo de moda ou alimentação saudável;
9) Não tiro fotografias a olhar para o horizonte com um ar sério;
10) Digo "vou ao ginásio", em vez de "vou treinar";
11) Não tiro selfies no ginásio;
12) Não utilizo a Uber;
13) Não tenho um carro eléctrico;
14) Nunca fui à Moda Lisboa (isto também se aplica a quem só lá vai tirar uma fotografia junto à porta);
15) Não odeio música electrónica mas vou ao Lux;
16) Não uso as redes sociais nem "para trabalhar", nem para contar a minha vida (na verdade só lá vou para a cusquice..);
17) Não uso ténis da Adidas.


Enfim, numa altura em que a Nintendo relançou uma consola muito usada nos anos 90, pode ser que em 2060, eu seja um case study.


Friday, November 04, 2016

Bufómetro

Hoje, enquanto inalava o mau cheiro de uma gorda que decidiu, na presença do seu namorado, soltar, em gás, toda uma gordura acumulada nos passados dias,  recordei uma conversa que há uns anos tive com um amigo ( e que confesso, pensava que já havia aqui escrito), respeitante ao paralelismo, na minha opinião, existente entre a tolerância ao peido da/do namorada/namorado e o estado da relação com essa pessoa.
De facto, no inicio das relações, a malta ainda está na fase da descoberta.
Nessa altura, tudo parece maravilhoso, e no que a bufas se refere, a mulher acredita piamente que o príncipe encantado - que sacou numa campanha do Banco Alimentar em que ambos, desesperados por arranjar alguém simularam estar muito preocupados com os mais necessitados, e meteram os seus melhores kits para ir para a porta do Pingo Doce recolher comida - não solta uma bufinha que seja ao seu lado, enquanto que, por seu turno, o homem, no seu íntimo, acredita que aquele ser angelical, nem cócó faz (isto, no caso de não a ter conhecido no Urban...).
Com o passar do tempo, vai haver um momento em que a mulher comete um erro, que se virá a revelar fatal: num acto de descontração solta uma ligeira bufinha.
E aí, está dado o pontapé de saída: ela faz um ar de envergonhada e o amor é tanto que o homem ignora o aroma proveniente do seu bem-amado, aproveitando, no entanto, também ele, para soltar um peidinho.
Nessa altura, envergonhadamente, ambos acabam por se abraçar, isto ainda no banco traseiro do Ford Fiesta que ele, tendo enterrado todas as suas poupanças dos tempos da apanha do tomate na Holanda, adquiriu através de um crédito bancário.
Volvidos uns tempos, aquela ligeira bufinha e aquele ligueiro peidinho, vão surgindo aqui e ali, sempre com a máxima tolerância do inalador passivo, pois que o "amor supera qualquer mau cheiro".
O problema surge mais tarde,  quando a traseira do Ford começa a ser mais usada pelas amigas dela que pedem boleia para a Ramada, do que propriamente para práticas de alta celindragem.
Aí, a anteriormente "bufinha querida" ou o anterior "peidinho maroto", começam a ser olhados com uma certa repugnância pelo companheiro/a.
Até que chega a fase em que a Credibom já lhes vai buscar o Ford, distribuir a Dica da semana já não chega para irem ao Colombo comer um gelado e pantufadas, ele só na vizinha do 6.º esquerdo e ela no João Carlos, "um miúdo lá do ginásio".
Nessa fase, a simples bufinha/peidinho é recebida com frases como "porco do caralho", "minha granda badalhoca".
Agora pensem...


Tuesday, October 25, 2016

Caricias no metropolitano

Noticia hoje o Correio da Manhã que um casal foi "apanhado" a masturbar-se em plena viagem de metro no Porto.
Segundo aquele "jornal", tudo aconteceu durante o dia e na presença de outros passageiros.
Andassem eles de metro em Lisboa nos últimos tempos e passava-lhes logo o calor...




Noticia em:
http://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/casal-masturba-se-no-metro-do-porto

Tudo bons rapazes!




Nas últimas 2/3 semanas, há dois temas que não podem deixar de fazer parte do "menu" de qualquer noticiário televisivo: o fugitivo de Aguiar da Beira e a guerra Taxi VS Uber.
Quanto ao primeiro tema, confesso que tenho acompanhado esta história à distância.
Contudo, numa das poucas reportagens que vi sobre o assunto, tive a sorte de apanhar uma entrevista com o médico do fugitivo e com uns seus vizinhos, que muito me ajudaram a perceber o quão injusta a comunicação social tem sido com este tipo.
De facto, conforme defenderam ambos os inquiridos, o fugitivo é um tipo porreiro, "de boas familias", o qual, vejam só a loucura, cumprimentava as pessoas na rua sempre com um "bom dia", "boa tarde", "boa noite".
Pá, e agora, só porque o mesmo: 1) matou um GNR; 2) feriu um outro GNR; 3) matou um tipo que ia com a mulher no carro; 4) deixou a referida mulher entre a vida e a morte;  5) agrediu uma velhota e  seu vizinho, esquecem-se de todas as virtudes que acima referi?
É muito injusto.
Assim como é injusto menosprezar as nossas forças policiais que tão bom trabalho está a fazer.
O que se passa, na minha opinião, são falta de meios.
Tivesse a GNR ali um radar à mão e iam ver se não apanhava logo o senhor-simpático-que-só-matou-dois-feriu-três-e-roubou-não-sei-o-quê.
Agora, metem os homens a andar a pé, à chuva e sem ser para ir cravar um café ao restaurante da bomba de gasolina, e estão à espera do quê?!?!?
Quanto ao segundo tema, limito-me a dizer, muito sinceramente, que estou com os taxistas.
E isto, não é porque ache que os motoristas da UBER sejam beneficiados no que quer que seja em relação aos taxistas.
Estou do lado dos taxistas, porque, para mim, acabar com o taxista, é acabar com o único dado garantido quando vamos viajar e apanhamos um táxi no aeroporto: ser roubado.
E acabar com isto, meus queridos amigos, é acabar com a tradição. E se é para isso, não contem comigo.

Sunday, November 30, 2014

"O segredo de justiça é uma treta"

A frase original não é bem assim e o seu autor não é propriamente uma pessoa que pense no que diz.
Contudo, imaginando o treinador do Benfica no mundo da justiça, possivelmente teria sido com uma peróla destas que o mesmo nos teria brindado no fim de semana passado aquando da detenção de Socas.
Como devem imaginar, não virei para aqui festejar, nem lamentar o sucedido.
Assim como, não virei também aqui, discutir da justiça da sua detenção, bem como da medida de coacção que lhe foi aplicada.
E se quanto ao festejo ou não, basta lerem uns quantos posts abaixo para me passarem a chamar a Maya da blogosfera, já quanto à justiça do caso, nada sabemos para a comentar.
E aqui começa a razão deste meu post: ninguém, à excepção dos envolvidos saberão dessa justiça, pois que, como até os jornalistas do Correio da Manhã sabem, o processo encontra-se em segredo de justiça.
Mas aqui é muito gira a posição da rapaziada devota do Engenheiro das obras feitas: pois que se por um lado, criticam todo o mediatismo em volta do caso (de facto não se percebe o interesse da comunicação social num assunto destes, quando todos os dias vemos Primeiros Ministros a serem detidos), por outro lado criticam, e aqui bem, a fuga de informação que permitiu à comunicação social , atempadamente, tomar conhecimento da detenção do Socas aquando do seu regresso da cidade onde, após ter sido PM de Portugal, foi fazer um curso das Novas Oportunidades; por outro lado criticam essa mesma comunicação social pela fuga de informação (pois claro, até porque foram eles que investigaram e avisaram as autoridades que essa mesma autoridade iria deter um ex-estudante de filosofia que voltava a casa para gozar um fim de semana, aproveitando para domingo ir gozar com nove milhões, noventos e noventa e oito mil portugueses (sim, eu não via) numa crónica semanal, onde coitado chegava de Polo para não gastar o seu Mercedes.
E com tudo isto, esquecem-se esses magnos defensores do Zé, que:
1 - ainda uma semana antes haviam sido detidos altos quadros do Estado, nenhum, pelo menos oficialmente, ligado ao Governo;
2- também essas detenções e posteriores inquirições foram alvo da comunicação social, sem que se tenha ouvido, dos lados do Largo do Rato, qualquer comentário que não fosse "retirem-se consequências políticas";
3- tambem aí a comunicação social, ao que parece, teve conhecimento dos factos atempadamente e do Largo do Rato, neri bi;
4- Ainda esta semana a televisão chegou, ainda antes das autoridades a casa de ex administradores do Bes, bem como do próprio Bes, e os combatentes da violação do segredo de justiça, esqueceram-se de atacar esses malandros que "estão a tratar desta forma um homem bom".
Poderia estar aqui o resto do dia a dar-vos inúmeros exemplos, mas deixo-vos antes uma questão: se não houve violação do segredo de justiça, como podem os defensores de Socas ter tantas certezas quando fizeram as acusações que fizeram esta semana ao sistema judiciário e, em concreto à justeza da justiça com esse tipo que um dia saiu da Covilhã para "fazer o bem"? Saberão esses tipos mais do que o comum cidadão, ou será mais uma tentativa,  directamente de Évora, do Grande Líder gozar connosco?
P.s: juro que fiz um esforço para não comentar aquele momento de stand up comedy protagonizado por aquele que faz gáudio de ter criado a democracia, mas a quem agora, viver num país democrático, lhe provoca dissabores.
Assim como o fair play, "o segredo de justiça é uma treta".

Wednesday, November 19, 2014

Operação Labirinto

É tudo o que me apetece dizer face aos acontecimentos dos últimos dias:


Tuesday, November 18, 2014

Ó gente da minha terra..

Querido Blog,
Após quase 1 ano de ausência, cá estou de volta para desabafar contigo acerca de  algumas das coisas que, actualmente, me vão na alma.
De facto, a frequência com que ultimamente te tenho visitado, começa a ter preocupantes semelhanças com a quantidade de vezes que o Ricardo Ex-"DDT" Salgado declarou, correctamente, os seus rendimentos anuais.
Mas sabes, meu querido blog, a culpa não é tua que ao fim destes anos todos aqui continuas para me receber. A culpa é de vivermos num país onde a realidade é muito mais emocionante que a ficção (quiçá por o nosso grande realizador ter 100 e muitos anos), o que faz com que o que eu ache piada num dia, no outro dia, um ministro/deputado/concorrente de reality show, faz algo ao qual eu acho ainda muito mais piada.
Senão vejamos:
1) Há uns meses atrás, pensei em vir aqui falar-te da libertação do Dr. do Ferrari, um vulgar médico que se tornou famoso no processo Casa Pia, por, alegadamente ser vitima de cancro na próstata (karma, hein?);
2) Passadas umas semanas, pensei pedir-te conselhos acerca da forma de curar a perda de memória, por forma a poder ajudar o ex-DDT, visto que, coitado, o mesmo se esqueceu de declarar às Finanças, uns quantos milhões que havia recebido;
3) Pouco depois, minutei (fâte attention a ler tal palavra), um pequeno texto em que te questionava se havias ouvido aquele mestre do jornalismo a questionar o Dr. Isaltino Morais aquando da sua saída do challet da Carregueira, visivelmente mais magro e bronzeado, sobre o que "ele tinha andado a fazer nos últimos tempos";
4) Também pensei em desabafar contigo, meu querido blog, acerca do regresso do Sócas à antena de televisão (como se já não bastasse de séries policiais na televisão portuguesa);
5) Mais tarde,  tentei relatar-te o meu encontro com aqueles que iam para a Comporta "brincar aos pobrezinhos" e que agora correm o risco de ir brincar "com os pobrezinhos";
6) Poderia também falar-te do mais recente "processo judicial mediático", mas prefiro comentar contigo a "inocência dos nossos corruptos dirigentes" face à "maldade desses chineses que foram burlados em centenas de milhares de euros";
7) Poderia também falar-te do forte desenvolvimento do interior do nosso país, onde como alguém cantou, "numa pequena aldeia perdida na beira", às 20h00m perguntar por um jornal, é o mesmo que perguntar a um lenhador se aceita fazer um toque rectal só porque sim.
Enfim, meu querido blog, espero que percebas os motivos da minha ausência.
Com a promessa de que estarei de regresso brevemente, subscrevo-me

Com os meus melhores cumprimentos,
Pedro



Monday, January 06, 2014

Pornografia dos novos tempos..


"Muda de canal" - disse-lhe ela com um tom de voz exaltado, enquanto tapava a cara à sua filha.
"Mas porquê?" - questionou João Carlos enquanto, apenas de cuecas brancas e com uma mini fresca na mão, via uma cena mais ousada de marmelanço entre duas jovens universitárias num canal em que os diálogos são poucos e a acção é muita.
"Porque isso é ordinário e a nossa filha não tem idade para ver essas coisas depravadas que costumas ver sempre que eu me vou deitar".
Normalmente este seria um típico diálogo entre um jovem casal, em que o macho é claramente tarado sexual, há cerca de 12 anos atrás.
Hoje, porém, os tempos são outros.
Pois que, ao "muda de canal Sónia", e consequente "porquê" por parte desta, João Carlos responde:
"porque a nossa filha não tem idade para ver 24 horas por dia estas merdas de reality shows, em que se faz gáudio de se ser uma rameira, em que se trocam os artigos nas frases, dando sistematicamente pontapés na gramática tão graves que se o próprio Camões estivesse vivo, e visse a TVI, chorava compulsivamente, em que se come de boca e se diz que se quer respeito à mesa, em que se fala em cansaço após 4 horas deitados numa piscina a fumar cigarradas e a mandar caralhadas, em que se idolatra uma ex-emigrante portuguesa que no dia em que passou pela primeira vez a fronteira de Vilar Formoso, o pai havia de se ter esquecido de qualquer coisa na Suiça que o obrigasse a voltar para trás, em que a malta ora se agride, ora dá valentes pinocadas (sempre debaixo do edredão, pois tratam-se de pessoas "muito reservadas"), em que a rapaziada não sabe ler nem escrever mas sabe as letras e as coreografias dos últimos êxitos musicais do nordeste brasileiro e em que a prática do bilhar de bolso faz parte do desporto obrigatório."
Ai que saudades do mítico "Tutti Fruti"!